(Wikipedia): A dúvida é um importante preceito
cético. O ceticismo (português brasileiro) ou cepticismo (português europeu)
(AO1990: ceticismo) (derivado do verbo grego σκέπτομαι, transl. sképtomai,
"olhar à distância", "examinar", "observar") é a
doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito
da verdade, o que implica numa condição intelectual de questionamento
permanente e na inadmissão da existência de fenômenos metafísicos, religiosos e
dogmas. O termo originou-se a partir do nome comumente dado a uma corrente
filosófica originada na Grécia Antiga.
Ao conversar com
todos, percebia-se em sua expressão algumas notas de tristeza. Nunca admitira,
no entanto, uma visão amarga sobre a vida, por mais razões que tivesse para
tal. Seu perfil apenas não era dado aos rompantes extremados da emocionalidade,
evitando tanto a alegria desabrida quanto a negra tristeza ou desilusão. Sabia
rir, e tinha dias difíceis como qualquer mortal, mas participava sua alma
dessas atuações de maneira comedida e cautelosa.
Tinha sobre a
humanidade um olhar cético, por vezes mordaz, de quem sabe no íntimo o que
mobiliza as pessoas em suas decisões mais cotidianas. Suas experiências e
leituras permitiram uma análise do contexto muito superior ao daqueles com quem
dividia sua jornada. Como resultante deste talento preditivo, era vista por
todos como um ser dotado de sabedoria.
Mas ao mesmo
tempo sentia-se na maior parte do tempo sozinha. Não tinha para consigo
a mesma clareza de avaliação que gozava ao olhar a vida alheia. Apesar de
considerar esta condição bastante poética, faltava para si o alívio de consciência
de que estavam autorizadas as outras pessoas. A ela não era tão fácil compartilhar
uma experiência na proteção de uma amizade, pois raros eram os que podiam entrever
seus motivos e questões com a devida profundidade. Não conseguia ver sentido
nas fúlgidas férias da consciências geradas por alguma droga, o excesso de
sono, de consumo, excesso de mundo.
Tampouco sentia-se livre para destruir na fogueira da exposição
de suas fraquezas o ideal tão necessário às pessoas em seu entorno. Talvez
soubesse que apesar de alcançar longe os detalhes da paisagem do espirito
humano, não tinha destino diferente de nenhum de seus pares. Também a ela cabia
a finitude, bem como um intervalo de vida solitária; ora bela a causar uma
explosão interna de reflexões; ora horrível, a produzir a fuga para a caverna
de sua resignação e impotência.
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